O que será que pensam sobre mim?
- Maria Paula
- 26 de dez. de 2017
- 3 min de leitura
Tô aqui parada olhando para o espelho, olhando e olhando...
Eita quantas cicatrizes, quantas coisas estranhas carrego nos olhos, ora vejo uma mulher caída, ora vejo uma menina pulando e sorrindo, nossa quantas e quantas pessoas consigo ver em mim mesma, será que eu estou deixando de ser original, a Mary original, bom, talvez seja apenas um tipo de evolução, vou parar e observar.
Sentada no canto da janela do ônibus, fico imaginando o que será que as pessoas pensam sobre mim? o que será? as vezes uma maluquinha que fala o tempo todo e brinca o tempo todo, que carrega uma bagagem pesada, não é repetição, mas tenho problemas de saúde, é estranho falar disso, quando se carrega um sorriso no rosto o dia todo, e esteja certo que são sorrisos verdadeiros, certamente porque eu não sei fingir e sim, as pessoas estranham, talvez para elas onde se tem dor não se tem alegria, ou talvez onde se tem doença não pode ter um cura além da cura do corpo, com a relação a meu corpo eu cuido dele, tomos minhas pilulas de esperança e levanto todos os dias para ir trabalhar, ah trabalhar como é bom dizer isso... talvez eu não alcance a cura para o meu corpo, cura para carne, para as células, ai ai essas células, me dão cada surpresa, uff to cansada de surpresas, rs. É gente eu me sinto cansada, normal não é?

Já tive a oportunidade de conversar com Deus olho no olho, tentar entender esse quebra cabeça, aos pouco to conseguindo montar, e claro Ele tem me ajudado muito nessa passagem. Recebo seus sinais e os acolho em meus braços. O tempo tem me dado muitas oportunidades, e muitas delas eu consegui buscar seus sentidos, estranho isso neh? mas um dia você vai entender... mistério a vida, mistério, mistério... Certa vez tive uma discussão com o tempo, a briga foi feia, ele me jogou um monte de coisas na cara, que claro eu percebi que estava completamente errada sobre ele, culpei por ter vivido as coisas que vivi e o culpei pelas coisas que vivo, e tive a ainda a capacidade de insinuar que ele teria culpa das coisas que estão por vir, tão enganada eu estava, passando a bola para o tempo, até parece, tomei um golpe no corpo que fiquei atordoada e percebi o que ele queria me ensinar, sim o tempo ensina, acolhe, transforma, muda e recomeça cada vez que você quiser isso... ah tah falando ai a dona da perfeição, talvez seja esse seu pensamento, muito enganado você está, dá uma olhando nos textos que aqui estão que você vai o quanto eu carrego e tenho propriedade para falar... mentira!!! você pode até imaginar que seja, mas capricha ai nesses pensamentos que talvez tudo realmente se torne mentira, e eu não precisarei de nada além do que apenas viver sem medos e preocupações, esperando que algo novo apareça para que tudo fique bem, eu pretendo ver meus netos essa que é verdade...
O tempo então me ajudou em uma coisa bem diferente, me ensinou a por rodinhas nas bagagens para que eu carregando elas fique mais leves, essas rodinhas me deram esperança de continuar, de tá aqui escrevendo para vocês, talvez ajudar de alguma forma, ah sei lá... imagine ai... apegue-se em você mesmo, se machucar não vai adiantar nada mesmo, já anda tudo tão dolorido não é mesmo? viver passa a ser intenso demais quando você percebe que tem problemas a cuidar porém se eu me abater o que será do meu tempo? O que será do nosso tempo?
Continuo olhando pela janela do ônibus, vejo a chuva cair, muitas vezes ela me representa, muitas vezes corri de medo dela, tenho medo do que ela é capaz de revelar... a chuva vai embora e o sol aparece tão forte e supremo, assim é você, assim sou eu...
O nome dessas rodinhas é VIVER... puxe!
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