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  • Maria Paula

A distonia e minha nova vida.


Hoje vou escrever de uma forma diferente, muitas pessoas me acompanham pelas redes sociais e sabe que cada dia tem sido uma batalha diferente, confesso que não é nada fácil lidar com essas questões. Não é tão simples como às vezes parece ser ou eu demonstro ser, ou você supõe que seja.

Muitas vezes o que quero é apenas paz, paz para seguir meu caminho, não me vejo uma pessoa improdutiva, eu consigo fazer muitas coisas das quais tenho vontade e minha vontade de vencer muitos obstáculos diários me fazem evoluir sobre essas coisas todos os dias, mas a vida me apresentou alguns dos quais eu tenho que me adaptar de uma forma diferente, poucas pessoas sabem, mas além das doenças auto imunes que eu faço tratamento, desde o final de 2017 apresentei um quadro de distonia (distúrbio do movimento), confesso que tentei esconder, minha mão esquerda começou a ter ações por conta própria, muitas vezes deixei coisas cair ou até mesmo as segurei sem conseguir soltar, em 2018 confirmei essa condição e fui me adaptando a isso, mas o tempo foi passando e outras partes do meu corpo também começaram a ter esses movimentos involuntários sentia dores horríveis no pescoço e achava ser um torcicolo e em abril de 2019 minha cervical não me obedecia mais, assim como perna e pé esquerdo, não é uma situação fácil de lidar eu fiquei muito mal de dores, e você querer ter controle do seu corpo e não conseguir em determinados momentos chegar a ser desesperador. Faço tratamento para isso, é uma condição neurológica que não tem cura, pode acontecer com qualquer um, como além dos movimentos tenho muito tremor, a minha distonia é considerada uma distonia parkinsoniana.

Uso medicamentos para Parkinsonismo e toxina botulínica. Estou afastada das minhas funções, Deus sabe o quanto isso me incomoda, mas conversando com o médico do meu trabalho ele achou melhor que eu tivesse uma fase de adaptação. Eu trabalho na área da saúde, na enfermagem, porém devido a isso, terei que ser reabilitada para uma área administrativa, pessoas próximas de mim sabe que eu sou muito dedicada ao meu trabalho, aos meus pacientes, e vou abrir meu coração para vocês, eu choro todas as vezes que penso em todos eles, desde quando eu comecei, quando lembro tudo que fui capaz de fazer para vê-los sorrir, e meu coração dói, em saber que eu não vou poder mais fazer isso, não só por conta da distonia, onde posso me machucar ou machucar alguém, mas também por conta da sensibilidade da minha imunidade, gente ficar doente não é fácil, cuidar também não é, ter que abrir mão de coisas que te deixava muito feliz também não, mas buscar o melhor para si é importante e é isso que eu estou fazendo, pode ser que eu não deixe de fazer totalmente minhas funções, mas eu sei que não poderei fazer o mesmo de antes e que muitas vezes eu forçava a barra, guardava minhas dores no bolso e cuidava.

E no meio de tudo isso fui esquecida, e também fui lembrada, acho que tudo isso faz parte do processo de mudança. Então falar para vocês que não existe sofrimento quando se tem um problema de saúde é mentira, existe sim, porém aos poucos eu fui administrando isso, quando eu choro eu formato sentimentos da minha alma e ela se reinicia e eu me levanto mais forte e mais capaz.

2019 está acabando, esse ano completei 36 anos, estou cursando faculdade de psicologia terminei o 4º semestre, a estrada ainda é longa, mas caminhamos para isso. Em 2020 as coisas serão diferentes, estou hoje rodeada por pessoas maravilhosas, pessoas que as condições de saúde me trouxe de presente para vida. E são essas conquistas que me elevam, então cada coisa que eu puder ser, eu serei. Eu sigo dizendo que nada pode me parar.

A mensagem de hoje é, não desista, por mais que você chore e se vê perdendo alguns dos seus sonhos, saiba que novos recomeços são possíveis, e no fim tudo ficará bem. Basta você acreditar, e se ainda não ficou e porque o fim ainda não chegou.

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